Por volta de 1930, Sutherland estudou a dura máter e seus desdobramentos e visualizou uma rede contínua de tecido conjuntivo do crânio ao sacro que ele chamou de conexão central. Descreveu também a flutuação do liquor no sistema nervoso que seria guiado pelo que chamou de Mecanismo da Respiração Primária.
Assim como os pulmões respiram e o coração pulsa com um ritmo alternado de expansão e contração, o sistema nervoso central também possui o seu próprio ritmo involuntário de movimento. Sutherland descreveu essa atividade inerente do SNC como um movimento de respiração com fases de inalação e exalação. Esse movimento se expressa em todas as células do corpo e influencia todas as suas funções.Pode ser percebido por meio de treinamento adequado e influenciado para promover uma resposta terapêutica.
Sua pesquisa foi a combinação de um profundo conhecimento de anatomia, com um acurado senso tátil e ele teve suas descobertas comprovadas recentemente por meio de estudos de ressonância magnética. Nos últimos dez anos de sua vida, Sutherland dedicou-se a observar uma força externa que gerava o movimento do Mecanismo da Respiração Primária. Ele percebeu essa força passando pelo corpo do paciente e a chamou de Sopro da Vida. “O cérebro humano é um motor, o Sopro da Vida é a faísca de ignição do motor, alguma coisa que não é material, que não podemos ver.”- Willam G. Sutherland ( Contributions to Thought, 2nd edition, p. 147)
Sutherland desenvolveu uma linguagem perceptual conectada ao mundo natural como se os pacientes fossem parte de um oceano e o Sopro da Vida gerasse uma força que se transmutaria em movimentos ritmicos como as marés. Esse conceito foi posteriormente desenvolvido por diversos osteopatas como Becker e Jealous que descreveram o ritmo da Maré Longa, Maré Média e o Impulso Ritmico Craniano. Sutherland começou a ensinar outros osteopatas em torno de 1930 até sua morte em 1954 aos 82 anos de idade, deixando como contribuição a chamada Osteopatia Craniana.